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25.2.07

Só quero saber do que pode dar certo

Para mim as relações familiares sempre foram meio conturbadas; a impressão que perdura até hoje é de que os familiares se obrigam a amar uns aos outros, muitas vezes sem a mínima afinidade entre si. Eu me sentia assim, meio amada, e fui deixando crescer a distância com o tempo. Amigo, sim, a gente escolhe e, melhor, escolhe a gente, um amor muito mais genuíno.
Hoje me afastei ainda mais; sinto muitas vezes não ter absolutamente nada em comum com algumas pessoas, além do sobrenome, embora na verdade eu tenha toda uma vida passada em comum com muitas delas - mas só.
Se eu não fosse a caçula quase absoluta talvez me sentisse diferente, pois quando nasce um caçula nós nos apaixonamos tão imediatamente por ele, que passamos a entender melhor os tais laços de família.
É muito bom sentir-se querido. E dolorido ver que algumas pessoas não me querem por perto, não mais, que o papel significativo que achava ter em sua vida não existe mais, ou nunca existiu de verdade, só pra mim.
Dói ser deixada para trás, embora eu já tenha deixado muita gente para trás também. Sempre tive preguiça de insistir, afinal, se existem afinidades e interesse mútuo, a amizade não deveria acontecer sem esforço, de forma espontânea? Quando o esforço começa a ficar demais eu prefiro recuar, ou melhor, ficar no meu canto, e deixar a amizade se esvair, que é o que acontece mesmo. Se a união não parte dos dois lados, fica impossível manter uma amizade, é claro, ela pode ser tudo menos unilateral - estou caindo no óbvio aqui? Peço desculpas ao leitor.
Bom, com preguiça ou sem preguiça, essa verdade sempre dói. Quando cai a ficha e eu percebo que é melhor parar de nadar contra a corrente. Estou num momento assim, de recapitulação: sinto-me usada por pessoas importantes para mim, descartável para outras que fazem que me dão uma enorme importância e totalmente descartada por grandes paixões da minha vida que parecem ter ficado no passado de vez.
Por outro lado, tem gente que eu amo de paixão e que me faz sentir feliz, querida e, por que não, legal, divertida, bonita, enfim, que faz parecer que minha presença vale a pena. Não dizem que a fila anda? Pena que tem fila que empaca e nem posso fazer aquela reforma no caderninho de telefones que a Indigo recomendou no começo do ano - por enquanto.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Ai,nem me fale, eu acho q preciso de décadas de terapia pra conseguir deixar as pessoas pra trás sem culpa, sofro muuuuito... Mas, um dia a gnte chega lá! Beijo!

26/2/07  

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