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14.4.07

Com você... pra me salvar!

Esta letra aí embaixo tem muito a ver comigo, destrambelhada que sou, com algum destaque para o dedo sangrando.
O que eu me machuco não é brincadeira. A ponta do meu dedo é meio dormente pelo corte feito tentando abrir um pote de sorvete (totalmente assassino, se isso aqui fosse os Iuéssêi eu processava a Kibon). Pior que eu quase desmaiei sozinha em casa, o sangue jorrou forte.
Outro dia eu estendendo roupa, começa a chover, a eletricidade pisca e eu saio correndo pra tirar o computador da tomada, resultado: escorregaço no meio da sala.
Como morei quase a vida toda em sobrado, vivia desabando da escada.
Minha mãe tomava um susto com o barulhão! Uma vez caí reta, de cara mesmo, e fui descendo igual a um cadáver degraus abaixo, só parei na curva; é que acordei correndo e tive uma vertigem.
E doutra vez fui pular alguns degraus e dei com a tampa da cabeça na viga da sala! Aai! Pior é que tinha uma pessoa na porta me esperando e eu, tonta, rolando de dor no sofá. A mulher não entendeu nada.
Por falar em tampa, outro dia quase arranquei a tampa do dedão com meu próprio calcanhar do outro pé, essa doeu.
Sei que vivo caindo e me machuco, me corto muito na cozinha, morro de medo de um dia ainda decepar um dedo por culpa de uma cebola qualquer, e o namorido tem medo de um dia chegar e eu estar desmaiada em algum canto da casa.
Fora as contas atrasadas, o carro sempre sujo e na reserva por 70 km (meu recorde!), a blusa branca no restaurante japonês e na cantina, e outras trapalhadas que acredito fazerem parte do dia-a-dia da maioria de nós, à exceção dos malditos perfeitinhos metódicos - que gente comum como eu não pode deixar de invejar e abominar e, aah se fosse possível, banir da sociedade.

Com você, meu mundo ficaria completo, Nando Reis

Não é porque eu sujei a roupa bem agora que eu já estava saindo
Nem mesmo por que eu peguei o maior trânsito e acabei perdendo o cinema
Não é por que não acho o papel onde anotei o telefone que estou precisando
Nem mesmo o dedo que eu cortei abrindo a lata e ainda continua sangrando
Não é por que fui mal na prova de geometria e periga d'eu repetir de ano
Nem mesmo o meu carro que parou de madrugada só por falta de gasolina
Não é por que tá muito frio, não é por que tá muito calor

O problema é que eu te amo
Não tenho dúvidas que com você daria certo
Juntos faríamos tantos planos
Com você o meu mundo ficaria completo
Eu vejo nossos filhos brincando
E depois cresceriam, e nos dariam os netos

A fome que devora alguns milhões de brasileiros
Perto disso já nem tem importância
A morte que nos toma a mãe insubstituível de repente
Dela eu já nem me lembro
A derrota de 50 e a campanha de 70 perdem totalmente o seu sentido
As datas, fatos e aniversários passam sem deixar o menor vestígio
Injúrias e promessas e mentiras e ofensas caem fora pelo outro ouvido
Roubaram a carteira com meus documentos
Aborrecimentos que eu já nem ligo
Não é por que eu quis e eu não fiz
Não é por que não fui e eu não vou

O problema é que eu te amo
Não tenho dúvidas que eu queria estar mais perto
Juntos viveríamos por mil anos
Por que o nosso mundo estaria completo
Eu vejo nossos filhos brincando
Com seus filhos que depois nos trariam bisnetos

Não é por que eu sei que ela não virá que eu não veja a porta já se abrindo
E que eu não queira tê-la, mesmo que não tenha a mínima lógica esse raciocínio
Não é que eu esteja procurando no infinito a sorte para andar comigo
Se a fé remove até montanhas, o desejo é o que torna o irreal possível
Não é por isso que eu não possa estar feliz, sorrindo e cantando
Não é por isso que ela não possa estar feliz, sorrindo e cantando
Não vou dizer que eu não ligo, eu digo o que eu sinto e o que eu sou

O problema é que eu te amo
Não tenha dúvidas, pois isso não é mais secreto
Juntos morreríamos, pois nos amamos
E de nós o mundo ficaria deserto
Eu vejo nossos filhos lembrando
Com os seus filhos que já teriam seus netos

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