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23.4.09

Obesidade

Minha prima, que acho eu tem o grau de obesidade chamado de mórbido, fez há alguns meses aquela cirurgia de redução de estômago.
Após anos aparentemente desencanada com a gordura, ela, hoje casada, soube que não poderia engravidar com tanto peso, estava quase diabética, entre outros fatores prejudiciais a sua saúde.
Digo aparentemente porque, se ela agora resolveu apelar para a cirurgia, acho que é porque sempre pensou em mudar, só não sabia como ou não conseguiu antes, de outras formas.
Estou contando isso porque acho digno de nota. E por quê? Explico.
Porque estou cansada de escutar sobre os gordos que são preguiçosos, que comem demais, que isso e aquilo; como se fosse culpa deles.
É igual quando alguém tem depressão... ah, é preguiçoso, está com frescura... hello! É ou não é uma doença?
Aí fui pesquisar no deus Google: obesidade e genética. Achei no Scielo este artigo interessante, que resume um pouco o que todo mundo sabe e é óbvio: a obesidade (ou sua ausência) depende de fatores genéticos.
É óbvio que algumas pessoas engordam mais que outras, parece que acumulam mais as calorias, não importa o quanto se exercitem ou segurem a boca; ou têm compulsão alimentar enquanto outras comem direitinho, só o suficiente.
Só que tem magrelo por aí repetindo aos quatro ventos que pensam magro e por isso não engordam, enquanto os gordos não se esforçam, são gulosos demais.
Gente, se você é magro, nasceu magro, sempre foi magro... por mais que se entupa dificilmente engordará... claro que você pensa magro! Você É magro. Isso não quer dizer que não tenha suas gulas, porque todo mundo tem, à exceção de que, monges zen, talvez? Até eles devem devorar brotos de bambu exageradamente, quando bate a ansiedade (ãh?!).
O cara não é gordo porque come demais; ele come demais porque é gordo. Quer dizer, sua propensão à compulsão, ao exagero, é maior. E você, magricelo, não é magro porque come moderadamente. Você tem menos fome, menos gula, não é compulsivo, porque é magro, geneticamente falando. Deu para entender?
Para mim está claro porque eu sou magra, não sou gorda, portanto eu sei muito bem. Você não me engana.
E sei também que torço por minha prima, admiro sua coragem de se submeter a uma cirurgia pesada como essa, disposta a enfrentar a fome, a ansiedade, sem poder comer como antes. Uma mudança de hábitos forçada. Talvez ela nunca fique magrinha, ou tenha recaídas, afinal, sempre foi obesa. Mas acredito que sua saúde e aparência geral irão melhorar mesmo assim, que ela poderá ter os filhos que deseja, e estou torcendo muito por isso.

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