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26.7.07

Identidade

Eu amo meu trabalho.
E nunca achei que fosse dizer isso. Eu que sempre reclamei desse trabalho por vezes ingrato, mal remunerado, não reconhecido, diria até desconhecido - o que, aliás, também diz alguma coisa sobre mim: que gosto de ficar nos bastidores, que prezo minha privacidade.
Ultimamente, sozinha aqui, tenho me sentido fora do mundo, deslocada, distante, sem os referenciais dos amigos, da família, do meu carro, do meu canto, dos lugares e das coisas que eu amo. E é a tradução que está resgatando minha identidade. Traduzir é o meu jeito de me sentir "eu".
Talvez por me encontrar em um lugar e em uma situação em que nada se identifique com quem eu sou, em que tudo é novo e deveras estranho para mim, em que tudo e todos parecem tão diferentes daquilo que eu sou.
Além do mais, a tradução virou uma espécie de meditação para mim. Eu me concentro no texto original, na minha escrita, nas pesquisas, e com isso deixo de pensar em tudo o mais. Não digo que seja fácil me concentrar, não é, mas quando consigo, é muito bom esquecer de tudo, não pensar em nada além.
Eu ia chamar esse post de Found in translation, brincando com o nome do filme Lost in translation, mas achei que seria lugar-comum demais e, na verdade, eu não só me perco ou me acho, eu me perco E me acho na tradução.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Oi, Gabi!!!!!!!

Passei e tô deixando um oizinho!!!!

Bjs,
Dani

28/7/07  

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