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24.9.07

Puro stress

Hoje em dia os médicos atribuem todos os males ao stress da vida moderna. Eu que não vou me dar ao trabalho de ir ao médico perguntar por que me doem as costas, por que meus cabelos caem demais, por que me nascem manchinhas na pele, por que ando esquecendo tudo - até as palavras!
Posso apostar na pergunta: você anda muito estressada, seu dia-a-dia é muito estressante? O médico iria cair do cavalo comigo e prefiro evitar o constrangimento de ir até lá responder: Não, eu não me sinto estressada, meu dia-a-dia é tranqüilo, moro e trabalho em um local bucólico, não pego trânsito para trabalhar, não tenho chefe e ultimamente a Internet anda bem estável então, sem problemas.
Pensando bem, fiquei curiosa para ver a cara do doutor.
Será que o meu problema é justamente a falta de stress?
Durante as férias eu comecei a esquecer as palavras. De repente já não me lembrava como era estrada em espanhol, só fui relembrar agora quando vi escrito não sei onde (já não me lembro, mas pelo menos ainda estou lembrando da palavra!). Pensava uma coisa e falava outra e comecei a chamar tudo de "negócio": Pega o negócio ali dentro do negócio rosa? Já ninguém me entendia. Aliás, isso de pensar em uma coisa e falar outra também se aplica à escrita: eu penso em uma coisa ou pessoa mas dou outro nome; imaginem vocês, caros leitores, os efeitos devastantes desse "negócio" na vida de uma tradutora.
Nos últimos tempos também esqueci episódios inteiros da minha vida, como uma viagem à praia que minha amiga mencionou e da qual não me lembro.
Talvez a fonte do meu stress na verdade seja os próprios sintomas de stress. Fico nervosa por não lembrar das coisas, pela queda de cabelo e sem energia por culpa das dores musculares crônicas.
Só peço que ninguém repare se eu escrever alguma grande bobagem aqui ou trocar algum nome por outro que não tenha nada a ver, pois não é difícil de acontecer, não.
Acho que sou um caso de stress causado por stress, um círculo vicioso em que mesmo depois de me livrar do stress não consigo me libertar dele. Um caso para estudos científicos mesmo, quando morrer podem doar meus restos mortais para a universidade, viu?

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Afff... tenho a mesma sensação! Acho q a gente se acostuma tanto com o stress que, qdo não tem motivo para ele, simplesmente cria um motivo. Tipo amigo imaginário... hihihihi

24/9/07  

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