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2.10.07

Sonífero

Esse Fernando Pessoa é mesmo um gênio... estou eu, de banho tomado e pijaminha, pronta para cair nos braços de Orfeu após a incrível descoberta de que há aulas de GH em Sanja - sim, imaginem o relax da pessoa depois da aula e de um chá de camomila! - estou eu ontem lendo o Livro do Desassossego antes de desmaiar e babar e eis que me surge um texto sobre o despertar dia a dia do guarda-livros Bernardo Soares, pobre alma irmã, descrevendo como é duro acordar para "o horror do dia, a vida, a utilidade fictícia, a atividade sem remédio". A utilidade fictícia! Como alguém consegue expressar em uma pequena frase o que eu nunca expressaria melhor nem em 100 páginas.
E ele leva umas duas páginas e meia falando do seu despertar, dando ao leitor exatamente aquela sensação lenta de moleza das manhãs... o Soneca a nos lembrar que já é hora, mas "o afago anônimo de dormir" a chamar de volta...
Nessas horas penso que devo ler mais e desencanar de escrever; há versos demais no mundo já?
Me disseram que para a atividade há, sim, um só remédio, que é a morte, mas achei isso mais triste ainda e não muito consolador.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Já dizia Renato Russo: "sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?" Vou por essa linha de raciocínio, mesmo correndo o risco da repetição... Deus me livre de morrer incógnita! rsrsrs. Beijos!

2/10/07  

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