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30.11.09

Veneno familiar

Há pessoas que causam um reflexo em nossa alma por dias depois que as encontramos. Algumas trazem uma sensação boa que fica iluminando nossos dias, por outro lado há aquelas que causam raiva, mágoa ou incômodo que dura e dura e dura.
Ficamos remoendo o que ouvimos, arrependendo-nos dias a fio por não nos sairmos com respostas à altura quando o comentário ofensivo ou sarcástico é feito.
Evito ao máximo encontrar esse tipo de gente. Se pudesse não encontraria nunca, mas por consideração a alguém que amo acabo fazendo concessões que me obrigam a comparecer a eventos que só trazem esse tipo de amargura e profunda irritação.
Agora ficarei a semana inteira me desconcentrando no que foi dito e não dito. Por que as respostas certeiras muitas vezes não nos vêm quando mais precisamos delas?
Consolo-me pensando que não dizer nada talvez me revele superior, que se eu responder ou me exaltar é pior, pois demonstraria meu nervosismo, preocupação. E definitivamente não merecem que eu me abale ou meramente me interesse pelo que dizem. Melhor fingir que não e deixá-las à mercê de sua superficialidade.

5.11.09

Utilitários

Rolou uma polêmica no blog da Barbara Gancia porque ela falou mal dos SUVs, especialmente esses que apresentam motivos ou nomes "eco", que são uma verdadeira piada.
A opinião geral de quem se manifestou contra ela é que cada um tem o direito de fazer e comprar o que quiser, e os mais ignorantes ainda afirmavam que isso de falar mal é puro despeito de quem não pode pagar por um carrão.
Que argumentos mais frouxos!
Bem típicos de novo-rico individualista e alienado, que precisa se afirmar o tempo todo ostentando um suposto luxo que não passa de verniz.
Então quer dizer que posso abaixar as calças e fazer cocô no meio da rua ou na porta do vizinho, porque cada um tem o direito de fazer o que quiser, ué? Quem definiu que fazer cocô na rua não pode e ter uma aberração sobre rodas poluente, ainda mais nos dias de hoje, pode?
Não me interessa se o cara é muito legal e gente boa, apesar de ter um SUV ridículo com um pneu atrás escrito ECO; as escolhas, inclusive as de consumo, ajudam a definir o tipo de pessoa que você é.
Se você prefere um trambolhão para andar no meio da cidade, movido a diesel, que queima muito mais combustível que um veículo normal e ocupa espaço a mais em uma São Paulo já atravancada pelo excesso de veículos, você é um babaca. Prontofalei!
Se você nunca precisa transportar carga a lugar nenhum nem vai passar por pura lama para chegar ao seu destino, e aliás nem sabe usar a tração que existe para essa finalidade; se só sai para trabalhar ou para ir ao shopping e levar o filho pra escola com um desses monstros motorizados, digam o que disserem, mas o fato é que você está precisando de umas aulinhas de coletividade e ecologia.