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28.2.07

Desavermelhando

A faxineira falta na semana após o Carnaval em véspera de entrega? E daí? Eu tenho uma entrega, o que significa um salário no mês que vem, o que significa que vou normalizar um pouco a minha vida pelo menos até segunda ordem. Tudo bem que ter trabalho é, digamos, melhor do que executá-lo, mas bom mesmo mesmo é receber o pagamento! Sem "alguém que te dê segurança", a única segurança é um depósito na conta mês a mês. Sem isso, bate um certo desespero, quem é frila como eu sabe.
Therefore... don't you come spoiling my day today, please?

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Li em um desses blogs das chamadas "Dirces" umas dicas legais pra esses dias de faxi doentinha pra nós mulheres pós-modernas e resumo meu passo-a-passo para hoje:
1 - Pôr os lixos para fora
2 - Lavar a louça e o fogão/pia
3 - Varrer a casa ou passar aspirador
4 - Passar pano no chão
5 - Lavar a(s) privada(s)
6 - Tomar um banho e fazer uma limpeza de pele e banho de creme pra se recuperar! :D

27.2.07

E a chuva chove lá bem longe

O céu desaba e o caos se espalha lá e eu aqui, protegida entre quatro paredes, brincando com o gatinho da vizinha, papeando pela Internet, fazendo um lanchinho, vendo TV, trabalhando, trabalhando.
Tudo acontece lá, aqui, nada. E não era pra ser exatamente assim?
Recebo uma proposta que me faz lembrar e pensar que nada mais vai acontecer mesmo porque simplesmente não dá.

Paradigmas

Spending warm summerdays indoors, Smiths

Tá, tem gente que parece que gosta de ser diferente. Mas tem gente que simplesmente é, por incrível que pareça, por mais que os outros duvidem.
Tem gente que prefere a cidade grande e uma casa pequena. Que largaria tudo por um amor.
Tem gente que gosta de quebrar paradigmas. Que não quer se casar nem amarrado. Casal que mora em uma casa enorme e não quer ter filhos. Que prefere viver em casas separadas. Que quer ter cinco filhos.

A vida impõe tantos paradigmas que às vezes tenho impressão de vivermos todos amarrados e amordaçados e, pior, sem nem perceber.

25.2.07

... Reinventando

Cheguei, afinal, trazendo 12 caixas de mudança, minha mala pink cheia de roupas, meu computador indispensável, televisor companheiro, rádio amigo. Agora estou aqui tentando achar espaço pra tudo e, principalmente, para mim mesma, enquanto tento driblar a solidão e algumas incertezas, impor algumas regras, um pouco da minha personalidade, reservar espaço e alguma privacidade para mim. Reinventando a mim mesma e àquilo que me cerca - pode ser.

São José dos Campos

Só quero saber do que pode dar certo

Para mim as relações familiares sempre foram meio conturbadas; a impressão que perdura até hoje é de que os familiares se obrigam a amar uns aos outros, muitas vezes sem a mínima afinidade entre si. Eu me sentia assim, meio amada, e fui deixando crescer a distância com o tempo. Amigo, sim, a gente escolhe e, melhor, escolhe a gente, um amor muito mais genuíno.
Hoje me afastei ainda mais; sinto muitas vezes não ter absolutamente nada em comum com algumas pessoas, além do sobrenome, embora na verdade eu tenha toda uma vida passada em comum com muitas delas - mas só.
Se eu não fosse a caçula quase absoluta talvez me sentisse diferente, pois quando nasce um caçula nós nos apaixonamos tão imediatamente por ele, que passamos a entender melhor os tais laços de família.
É muito bom sentir-se querido. E dolorido ver que algumas pessoas não me querem por perto, não mais, que o papel significativo que achava ter em sua vida não existe mais, ou nunca existiu de verdade, só pra mim.
Dói ser deixada para trás, embora eu já tenha deixado muita gente para trás também. Sempre tive preguiça de insistir, afinal, se existem afinidades e interesse mútuo, a amizade não deveria acontecer sem esforço, de forma espontânea? Quando o esforço começa a ficar demais eu prefiro recuar, ou melhor, ficar no meu canto, e deixar a amizade se esvair, que é o que acontece mesmo. Se a união não parte dos dois lados, fica impossível manter uma amizade, é claro, ela pode ser tudo menos unilateral - estou caindo no óbvio aqui? Peço desculpas ao leitor.
Bom, com preguiça ou sem preguiça, essa verdade sempre dói. Quando cai a ficha e eu percebo que é melhor parar de nadar contra a corrente. Estou num momento assim, de recapitulação: sinto-me usada por pessoas importantes para mim, descartável para outras que fazem que me dão uma enorme importância e totalmente descartada por grandes paixões da minha vida que parecem ter ficado no passado de vez.
Por outro lado, tem gente que eu amo de paixão e que me faz sentir feliz, querida e, por que não, legal, divertida, bonita, enfim, que faz parecer que minha presença vale a pena. Não dizem que a fila anda? Pena que tem fila que empaca e nem posso fazer aquela reforma no caderninho de telefones que a Indigo recomendou no começo do ano - por enquanto.